Vida e obra de Gustav Klimt
- Raquel Lopes
- 22 de nov. de 2018
- 3 min de leitura

Judith I, pintura sobre o relato bíblico de 1901
em que Judith corta a cabeça Holofemes
Gustav Klimt nasceu em Baumgarten, Viena, em 14 de julho de 1862 e faleceu em Viena, 6 de fevereiro de 1918, foi um pintor simbolista austríaco. Após concluir os estudos na "Escola Primária do VII bairro vienense", em 1876, ao 14 anos, estudou desenho ornamental na Escola de Artes Decorativas, ligada ao "Museu Austríaco Imperial e Real de Arte e Indústria de Viena". Destacou-se dentro do movimento art nouveau austríaco e foi um dos fundadores do movimento da Secessão de Viena, que recusava a tradição académica nas artes, e do seu jornal, Ver Sacrum. Klimt, frequentou a aula especializada de pintura de Ferdinand Laufberger e, após a morte deste (1881), a de Julius Vicktor Berger, ligado a Hans Makart. E também foi também membro honorário das Universidades, de Munique e Viena. Os seus maiores trabalhos incluem pinturas, murais, esboços e outros objetos de arte, muitos dos quais estão em exposição na Galeria da Secessão de Viena. Os dois irmãos de Klimt, Ernst e Georg, realizaram trabalhos para ele e também se formaram na Escola de Artes Decorativas. A formação na pintura e no desenho a partir do "original histórico" e dos "métodos de cópias naturalistas" constituíam, até então, a base do curso. O trabalho de admissão de Klimt na Escola de Artes Decorativas foi um desenho segundo um molde de gesso de uma cabeça feminina da Antiguidade.
Klimt foi o único aluno da Escola das Artes Decorativas no século XIX que conseguiu dar início a uma grande carreira artística, impulsionado pelos seus professores e pelo diretor do Museu, Rudolf von Eitelberger. Klimt, Ernst e Matsch fundaram a Künstlercompagnie (Companhia dos Artistas). Através da empresa Fellner und Hellmer, especializada na construção de teatros, a Companhia dos Artistas conseguiu trabalhos. Mesmo depois de formados, Klimt, Ernst e Matsch, continuaram ligados à Escola.
Fase Histórico-Realista
A obra de Klimt passa por fases diferentes: a primeira é marcada por um caráter histórico-realista, sendo também associada à dualidade de Viena (realidade e ilusão). Desta época, datam os desenhos para as alegorias "A Escultura" e "A Tragédia" (1896 e 1897).
O friso Stoclet, auge do período dourado e o fim do período dourado.

Friso Stoclet (1905 a 1909)

O beijo (ou Der Kuss no original em alemão) (1907-08)

"Dánae" (1907/08)
A sua última grande pintura mural é o Friso Stoclet (1905 a 1909), encomendado por Adolphe Stoclet, um magnata belga que vivia em Viena. É aqui que o pintor experimenta uma mudança no estilo; surgem os motivos geométricos repetidos, deixando aparecer apenas algumas partes essenciais realistas que permitem o seu entendimento. Aqui, é usada uma cobertura ao estilo bizantino bastante cerrada, como mosaicos, onde o realismo e a abstração se confrontam.
Em "O beijo" (1907/08), ou "Der Kuss" no original em alemão, baseado em si mesmo e na sua amante Emilie, a mulher fatal aparece submissa, comunica uma sexualidade latente. "O Beijo" constitui o auge do período dourado e torna-se o emblema da Secessão.
Em "Dánae" (1907/08), a sua provocação afirma-se de modo mais óbvio. A lenda de Dânae, amada por Zeus na forma de uma chuva dourada, foi transformada em tema de pintura por vários artistas da história da arte. O tema mitológico tem, em Klimt, a representação da procriação - origem do mito Perseu - captada como um instante eterno, sagrado e superior.
Na primeira década do século XX o expressionismo faz com que o estilo dourado de Klimt deixe de ser usado. Em 1909 Klimt parte para Paris, a partir de então, Klimt passa a usar cenários menos elaborados, deixando de lado os motivos geométricos e a sumptuosidade do ouro. Nesta fase, pinta O Chapéu de Plumas Negras (1910); A Vida e a Morte (1916); e A Virgem (1913). Surgem, também, pinturas de jardins, paisagens campestres e do Castelo Kammer, que refletem as influências do cubismo que surgia então. Há a inclusão de elementos naturais (a água, a vegetação), bem como de construções.

O Chapéu de Plumas Negras (1910)

A Virgem (1913)
As últimas obras de Klimt
As últimas obras de Klimt voltam-se para um lado mais erótico, claramente assumido. No seu atelier passeiam-se sempre algumas modelos nuas que ele observa e vai desenhando. Daí, resultam mais de 3 000 desenhos. Disso são exemplos os desenhos das suas modelos em poses e atitudes mais íntimas: "Mulher sentada com as coxas abertas", "Adão e Eva", "A Noiva"” e "Masturbação feminina ". Na época, acusaram Klimt em Ornamentação e Crime do seu exagero erótico. Para Klimt, a ornamentação enriquece o real.

Masturbação Feminina por Gustav Klimt

Klimt feito por Egon Schiele (1890–1918)
Referências:
http://www.democrart.com.br/aboutart/artista/gustav-klimt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Klimt
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