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Ludwig Mies van der Rohe "less is more"

GOD IS IN THE DETAILS "Deus está nos detalhes"

Ludwig Mies van der Rohe nascido em Aachen, na Alemanha, (na época pertencente ao Reino da Prússia, hoje na Renânia do Norte-Vestfália), em 27 de março de 1886, foi um arquiteto alemão naturalizado americano, Chicago, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX. Quando jovem, trabalhou na empresa de cantaria do seu pai, antes de se mudar para Berlim onde começou a trabalhar com o designer de interiore, Bruno Paul. Em 1908 ingressou no estúdio do proto-medieval Peter Behrens, do qual se tornou discípulo. Aí permaneceu até 1912, entrando em contato com as teorias de design em voga e com a cultura alemã culturalista e no mesmo ano abriu seu escritório.

Começou a sua carreira profissional independente projetando casas para clientes de classes baixas. Seguia então estilos medievais da tradição alemã, demonstrando profundas influências do mestre do neoclassicismo prussiano do início do século XIX. Depois da Primeira Guerra Mundial, Mies começa a afastar-se dos estilos tradicionais e a receber influências do neoplasticismo, formado em 1917, e do construtivismo russo, que nele fazem germinar o espírito modernista, em busca de um novo estilo arquitetônico para a era industrial. O seu estilo começa, então, a patentear influências como o Expressionismo, o Suprematismo, o Construtivismo russo (construções escultóricas e eficientes, usando materiais industriais modernos) e o Grupo holandês De Stijl. Bruno Zevi identifica o Pavilhão de Barcelona como a súmula deste movimento, ao descrevê-lo como: "Painéis de travertino e mármore, lâminas de vidro, superfícies de água, planos horizontais e verticais que quebram a imobilidade dos espaços fechados, rompem os volumes e orientam o olhar para vistas exteriores".

Pavilhão Alemão em Barcelona construído em 1929

Foi professor da Bauhaus e posteriormente o último diretor, a pedido de Gropius. Foi um dos criadores do que ficou conhecido por International style, onde era reconhecido por uma arquitetura que prima pelo racionalismo, pela utilização de uma geometria clara e pela sofisticação. Os edifícios da sua maturidade criativa fazem uso de materiais modernos, como o aço industrial e o vidro para definir os espaços interiores, e a aparência exterior interagindo com o interior de suas obras e vice versa, que o deixou famoso, por justamente abusar dessas estruturas. Em seu projeto Crown Hall, por exemplo, o arquiteto conseguiu criar vãos generosos com vigas de aço. Se optasse pelo uso do concreto armado, essas estruturas precisariam ter dimensões maiores para suportar as cargas da construção, o que talvez não traria um visual tão interessante ao conjunto. Concebeu espaços austeros mas que transmitem uma determinada concepção de elegância e cosmopolitismo.

Também é famoso pelas várias frases criadas por ele, algumas delas são conhecidas praticamente no mundo todo, como é o caso das frases "less is more " ("menos é mais") e "God is in the details" ("Deus está nos detalhes").

Crown Hall (sede do Departamento de Arquitetura do IIT) - Chicago

Sua concepção dos espaços arquitetônicos envolvia uma profunda depuração da forma, voltada sempre às necessidades impostas pelo lugar, segundo o preceito do minimalismo. Mies afirmava que por serem destinados às pessoas, os espaços construídos deveriam ser facilmente entendidos por elas. Dessa forma, grupos distintos teriam condições de avaliar o ambiente e saber como se deu todo o processo criativo.

Essa lição mostra a importância de trabalhar com ideias claras e de permitir que diferentes sujeitos interpretem o conceito aplicado. Na prática, vale apresentar soluções com esquemas simples, maquetes que simulem ambientes, entre outros recursos que facilitem a visualização da proposta.

Tal arquitetura deveria ser guiada por um processo criativo assente em pressupostos racionais. Contudo, tal demanda viria a ser interrompida pela depressão econômica e pela tomada do poder pelos Nazis, a partir de 1933. Financiada pelo governo, Bauhaus, seria forçada a fechar as portas devido a pressões políticas do partido Nazi que a identificava com ideologias antagônicas como o socialismo e o comunismo. A arquitetura praticada por Mies foi igualmente rejeitada por não representar o espírito nacionalista alemão.

LESS IS MORE "Menos é mais"

Mies abandonou a sua pátria em 1933, quando se desvaneciam as hipóteses de continuar aí a sua carreira. Quando chegou aos Estados Unidos, depois de 30 anos de prática na Alemanha, já era considerado pelos promotores americanos do Estilo Internacional como um pioneiro da arquitetura moderna. Pouco tempo depois recebeu uma oferta para dirigir a escola de arquitetura do Chicago's Armour Institute of Technology, mais tarde renomeado como Instituto de Tecnologia de Illinois - IIT. Uma das condições para a aceitação do cargo consistia em que o projeto para os novos edifícios do campus universitário lhe fosse adjudicado. Alguns dos seus edifícios mais afamados situam-se aí, incluindo o Crown Hall, sede do Departamento de Arquitetura do IIT. Lecionando aí, Mies torna-se também responsável pela gênese de toda uma geração de arquitetos norte-americanos funcionalistas, especialmente voltados para a construção dos arranha-céus demandados pelas empresas do país.

Em 1949 tornou-se cidadão dos Estados Unidos, rompendo formalmente os laços com a Alemanha.

Os seus primeiros projetos para o campus da IIT e para Herb Greenwald revelou ao mundo arquitetônico norte-americano um estilo que parecia o resultado natural da progressão do estilo da Escola de Chicago, então um pouco esquecida.

Em 1958 Mies van der Rohe projectou o que veio a ser considerado por muitos como o auge da arquitetura funcionalista para arranha-céus: o Edifício Seagram, em Nova Iorque. Mies foi escolhido para o projecto pela filha do cliente, Phyllis Bronfman Lambert, que também tinha alguma notoriedade no meio aquitânico dos Estados Unidos.

Edifício Seagram, em Nova Iorque.

Numa decisão audaciosa e inovadora, Mies revolucionou o padrão construtivo novaiorquino ao deixar livre metade do terreno dedicado à obra, definindo uma praça com fonte para usufruto público em Park Avenue em frente ao edifício que se assumia como uma leve estrutura de metal e vidro.

Praça para usufruto público em Park Avenue.

O último trabalho de relevo de Mies foi a Neue Nationalgalerie em Berlim, que é considerado uma das mais perfeitas expressões da sua abordagem arquitetônica. O pavilhão superior é constituído por uma estrutura precisa de aço com invólucro de vidro, que na sua simplicidade revela perfeitamente a força estética e funcional das ideias de espaço interior flexível, aberto e sem cargas desnecessárias impostas pela ordem estrutural externa.

Neue Nationalgalerie em Berlim.

Interior do Neue Nationalgalerie em Berlim.

Mies teve um papel relevante enquanto educador no âmbito da arquitetura. O facto de nem sempre se terem conseguido, assim, obras de qualidade aceitável levou Mies a considerar que existia alguma falha na sua teorização em relação à nova teoria, que deveria ser facilmente aplicada a novas situações. Ele se tornou ícone da arquitetura contemporânea mundial. Em 19 de agosto de 1969, poucas semanas após a morte de Walter Gropuis, Ludwings Mies van der Rohe falece em Chicago.


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